segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Um dia em Lisboa, antes de ir à Berlim


Para ir à Berlim, pegamos primeiro um vôo que nos levou até Lisboa, aonde chegamos pela manhã. Após tomar um banho e trocar de roupas, já estávamos nas ruas ensolaradas desta pitoresca capital. Nada mais charmoso do que encontrar os bondes coloridos de Lisboa subindo as ladeiras inclinadas com suas casas cobertas por azulejos.


A hora do almoço chegando, fomos parar no Solar dos Presuntos que, como o seu nome indica, oferece uns presuntos portugueses de primeira qualidade. Fomos servidos imediatamente por um garçom muito simpático. O atendimento é impecável. O pessoal é muito atencioso e o lugar é extremamente agradável. O presunto era de comer rezando!
 


O restaurante funciona desde 1974. A decoração é bem charmosa e nas paredes podemos ver muitas caricaturas e fotos. São escritores, jornalistas, políticos, atores, jogadores de futebol, empresários, enfim todas as pessoas famosas que ali desfilam. Apesar disso, o lugar não é pretensioso. Pelo contrario, o restaurante é bem aconchegante.
 


Pedi lula dourada, que adoro. Estava excelente! Sempre peço frutos do mar quando estou em Lisboa. Os portugueses preparam divinamente bem qualquer marisco ou peixe. A lula veio acompanhada de um arroz molhado com suco de tomate. Era divino!


Ao ir ao toalete, descobri uma parede coberta com fotos representando alguns Presidentes do Brasil! São também fregueses do lugar. Eles sabem o que é bom! Havia também fotos de cantores e cantoras brasileiros (como Milton Nascimento por exemplo), atores e atrizes famosos de novelas da Globo etc.











De sobremesa, não resisti já que sou alucinada por doces portugueses.  Pedi um tal de Pão de Ló Monsão com doce de ovos! Veio bem doce mesmo, bem meloso, exatamente como eu adoro!



Depois fomos dar um tour pela cidade. O motorista do táxi era super simpático e atencioso. Ele nos levou para uns lugares onde havia uma vista panorâmica sobre a cidade. De vez em quando eu pedia para ele parar para fotografar alguns azulejos ou algum detalhe arquitetônico.
 


O tempo estava ao nosso favor. O sol era resplandecente. A visão desta rua inclinada com as suas casas coloridas e ao fundo o azul do  rio Tejo me encheu de alegria. Estávamos começando a curtir as nossas ferias!


Ao passar na frente da fundação José Saramago, vimos que havia uma exposição sobre os 100 anos do nascimento de Jorge Amado. Pena que só estávamos de passagem, pagando um táxi. Não dava para pedir para o homem nos esperar na porta, ia nos custar os olhos da cara.
 








Demos uma parada para nos refrescar no famoso café A BRASILEIRA do Chiado que data de 1905. Consegui fazer o meu marido posar ao lado da estátua de Fernando Pessoa que era um grande frequentador daquele lugar.


A noite, escolhemos um charmoso restaurante situado no coração da cidade, numa das entradas do famoso Bairro Alto. Chama-se Restaurante Lisboa À Noite. A sua cozinha contemporânea usa produtos genuinamente portugueses, como este maravilhoso bacalhau que me foi servido. De entrada, pedi delicadas sardinhas grelhadas. Pena que ficamos menos de um dia em Lisboa!  Mesmo assim, as poucas horas foram extremamente bem aproveitadas, portanto tivemos a impressão de ter ficado mais tempo!

domingo, 13 de outubro de 2013

Primeiro dia em Berlim


Berlim nunca foi uma cidade que eu quis visitar. Sou filha e neta de pessoas que sofreram as duas guerras mundiais. Escutei tantos relatos dos horrores que eles viveram que fiquei bem traumatizada. Depois de anos relutando, aceitei conhecer está cidade, já que o meu esposo é apaixonado pelo idioma que ele estudou durante alguns anos no Instituto Goethe. Ele já conhecia Berlim, bem antes da queda do muro, do tempo em que não éramos casados. Chegamos um pouco cansados as 16:00 no hotel, mas eu quis logo aproveitar o resto da tarde. Decidimos visitar imediatamente o moderno Jüdisches Museum desenhado pelo arquiteto americano Daniel Libeskind. O Museu Judaico de Berlim consiste de dois prédios: uma construção antiga em estilo barroco, onde se encontram a entrada principal, o caixa, espaços para exposições temporárias, a lojinha do museu e um restaurante, e uma construção de arquitetura moderna, onde se encontra a exposição permanente. Uma passagem subterrânea leva o visitante da entrada até o prédio novo, já que este não tem nenhuma entrada oficial.


O prédio novo é uma impressionante obra de arte moderna cheia de simbolismo. O prédio em forma de zigue-zague, lembra a estrela de Davi despedaçada. A  sua fachada é revestida de zinco e tem janelas que mais parecem uns cortes ou rasgos. Dentro do prédio, existem cinco corredores lineares que se estendem do subsolo até o andar mais alto. São chamados de *Void* (vazio). São espaços vazios com paredes nuas de cimento. Os *Void* devem lembrar o vazio deixado pelo massacre do povo judeu na Europa. Num desses *Void*, podemos encontrar o trabalho do artista israelense Menashe Kadishman chamado *Shalekhet* (folhas caídas). São Dez mil rostos feitos de ferro, todos diferentes sobre os quais podemos pisar (sem muita estabilidade). O teto deste *Void* é bem alto e só tem uma fenda estreita que deixa passar a luz, sem mostrar o céu.

Dentro do prédio, existe 3 eixos (o do Exílio, o do Holocausto e o da Continuação). O eixo do exílio tem um corredor que leva até uma parte externa onde se encontra o “Jardim do Exílio”. O caminho que leva até lá tem paredes levemente inclinadas, o piso é irregular e se torna íngreme, assim como o caminho vai se tornando cada ver mais estreito até chegar numa porta pesada que leva ao jardim. O Jardim do Exílio é composto por 49 blocos de concreto, com plantas no topo, alinhados em um canteiro quadrado. Toda a  área é inclinada para causar a sensação de instabilidade, simbolizando o sentimento dos judeus aos serem expulsos da Alemanha. As plantas que crescem no topo dos blocos simbolizam esperança. O eixo do holocausto leva até uma sala vazia e escura. O eixo da continuação leva até o andar superior onde podemos ver a exposição permanente que nos mostra a vida dos judeus na Alemanha, da Idade Média aos dias de hoje. Podemos ver objetos do cotidiano como móveis, louças, os objetos usados para praticar a circuncisão e peças do vestuário.


Saí do Museu Judaico deprimida. A atmosfera do lugar é sombria e pesada. Para mudar o astral, convidei o marido para jantar na tradicional brasserie Dressler situada na avenida Unter Den Linden. O serviço é muito bom, e podemos encontrar pratos franceses e alemães. Como toda brasserie que se preza, oferece ostras bem fresquinhas. Foi o que pedi.


A decoração é bem *anos 30* e o lugar tem uma luminosidade aconchegante. Fomos muito bem atendidos. Num clima tão doce, fui esquecendo os horrores do holocausto.


Chegando ao hotel, não pude deixar de me encantar com o enorme aquário que fica bem no centro do hall. Apesar de que detesto pegar elevador, pedi um quarto no ultimo andar para poder desfrutar a visão dos peixes nadando com mais tempo. Desta vez, não me incomodei em ter que parar em cada andar. Fiquei parada admirando os peixinhos se mexendo nas águas turquesa.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Segundo dia em Berlim

Naquele dia, nos tínhamos uma hora marcada para visitar a fantástica cúpula do Parlamento Alemão – Bundestag ou Reichstag. De vários pontos da cidade, podemos avistar a cúpula de cristal do arquiteto Norman Foster. Para evitar enormes filas, é necessário reservar a visita antecipadamente no site do Parlamento. Fiz isso antes de viajar. Tem três tipos de visitas. Optamos em conhecer unicamente a cúpula, como a maioria dos visitantes. Se de fora ela é bela, de dentro ela é fantástica. Agora até hoje não sei como é que consegui subir ate o topo! Eu tenho pavor de alturas e vejam o quanto o lugar é alto! 






Fomos tomar um chá na cafeteria do Reichstag. Ao utilizar o banheiro, notei um aparelho preso na parede junto as pias. Jogava uns jatinhos de spray perfumado tipo Bom Ar a cada 5 minutos. Vindo do teto, uma gravação de cantos de passarinhos dissimulava qualquer barulho inconveniente.De vez em quando uma coruja emitia um som tão forte, mas tão forte, que beirava a histeria. Quem esperava na fila, acabava rindo por causa do exagerado pássaro. Para secar as mãos, havia um aparelho meio assustador a disposição das visitantes: devíamos enfiar completamente as mãos em duas fendas! Na saída, subimos a bordo de um velotaxi, ou rickshaw.



O rickshaw nos levou até a praça onde fica o Memorial do Holocausta projetado pelo arquiteto Peter Eisenman. São 2711 blocos de concretos espalhados numa praça cujo solo é ondulado. Os blocos têm o mesmo comprimento e a mesma largura, mas não têm a mesma altura. Ela varia entre 0,2m até 4,8m. Podemos passear entre os blocos. Segundo o projeto, os blocos foram desenhados para produzir uma intranqüilidade. Sei que não me senti bem quando andei por eles. O céu era nublado. Os blocos são de concretos, cor cinza, enfim, tudo era bem lúgubre, nada muito alegre. Saí deste lugar meio deprimida.







Depois demos uma parada na frente da famosa porta de Brandenburger construída no final do século XVIII. Debaixo dela Napoleon Bonaparte desfilou em 1806 e depois os nazistas quando Hitler foi nomeado chanceler em 1933. Fiz o meu marido pagar mico, mas ele topou de bom grado e sentou nesta cadeira para a foto. Um dos soldados é um jovem fantasiado, e o outro é somente um manequim. Adivinhem qual dos dois! A porta era fechada pelo muro. 











Demos uma parada para fazer uma pequena refeição no terraço do Café LebensArt, situado na famosa avenida Unter Den Linden. Fazia um pouco frio, portanto havia uns cobertores a disposição dos fregueses em cada cadeira. A seguir, pegamos de novo um rickshaw para continuar o nosso passeio...


Chegamos até o famoso Checkpoint Charlie. Era o lugar de passagem reservado aos diplomatas e aos estrangeiros entre o setor americano e o soviético durante a guerra fria. Checkpoint Charlie é o símbolo mais marcante que sobrou do muro de Berlim.

Após retornar ao nosso hotel a fim de descansar um pouco, fomos passear de novo. Desta vez estivemos na Kaiser-Wilhem-Gedächtnis-Kirche. Em 1945 o bairro todo ficou em ruína. Da igreja (consagrada em 1895) que ficava neste lugar, só sobrou o campanário, testemunho dos horrores da guerra, em cuja base se situa o salão do memorial que documenta a historia do lugar e contem mosaicos originais do teto e objetos de culto. Ao lado foi reconstruída em 1961 uma nova igreja octogonal em vidro azul com uma nova torre separada (projeto de Egon Eiermann).



A seguir fomos visitar um pequeno museu que o meu guia (edição Hachette) indicava. Chama-se Käthe Kollwitz Museum e é situado numa antiga mansão de uma bela rua tranqüila. A artista Käthe Kollwitz (1867-1945) foi uma importante desenhista, pintora, gravurista e escultora alemã cuja obra reflete a fome, a morte e a pobreza da classe operaria. Lá podemos descobrir a quase totalidade das suas esculturas, mas também muitos desenhos, cartas e fotos.  


Depois do museu, fomos conhecer o lendário sexto andar da loja de departamento KaDeWe
inteiramente especializado em gastronomia. O lugar é ESPECTACULAR. Percorremos os 7000m² onde só se encontra produtos de primeira qualidade: os melhores chocolates do mundo estão lá, os melhores biscoitos, os melhores bombons, os melhores chás, as melhores geléias etc. Tem um espaço oferecendo vinhos de todos os países. Tem bancas repletas de legumes e frutas variadas. Perdi a conta, mas tem um monte de mini restaurantes oferecendo comida chinesa, italiana, tapas espanholas, frutos do mar. Tem cervejarias. Tem pubs. Tem balcões oferecendo 1300 queijos e um monte de embutidos e frios variados. Sentamos no quiosque Veuve Clicquot para saborear uma taça de champagne.


Para jantar, escolhemos um pequeno restaurante situado em Charlotenburg chamado FLORIAN. O local é charmoso e bem freqüentado por pessoas elegantes. A comida era gostosa.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Terceiro dia em Berlim

Neste terceiro dia, fomos visitar o DDR Museum, ou museu da Republica Democrática Alemã.  Ele nos mostra como era a vida na Alemanha Oriental antes da queda du muro de Berlim.
O museu é muito interessante, mas ao mesmo tempo é bem sufocante ver como a vida do pessoal era muito controlada e regimentada. O povo era extremamente vigiado, pois havia 100.000 agentes contratados pela Stasi e 200.000 informantes
observando todos os passos dos habitantes (dados obtidos através do filmes alemão A Vida Dos Outros). Uma coisa que me chamou a atenção, foi o método usado nas escolas para ensinar as crianças a somar, subtrair, multiplicar ou dividir. A professora ensinava assim: 1 soldado + 2 soldados = 3 soldados! Nesta foto, o meu marido está posando ao lado de um Trabant, carro produzido pela Sachsenring em Zwickau, na antiga Alemanha Oriental.

No museu, havia muitas fotos mostrando o dia a dia dos habitantes. Podíamos observar as suas roupas, ou os produtos que consumiam (perfumes, sabonetes e enlatados) e que eram importados da União Soviética ou de outros países comunistas. Fiquei pasma ao descobrir que na escola maternal, as crianças eram obrigadas a usar o pinico ao mesmo tempo e só podiam se levantar quando TODOS tinham feito as suas necessidades!



No pequeno apartamento reconstituído, não vi nenhum lugar para tomar banho! Só observei este chuveiro acima da pia! Imagino que o pessoal devia levar uma bacia no banheiro e se lavava em pé com os pés na bacia! Como adoro tomar um banho, sempre fico horrorizada quando não vejo um espaço adequado para o pessoal se limpar.

Os pertences dos alemães do leste, as roupas, os objetos pessoais e até os brinquedos eram bastante toscos. 


Na hora do almoço, decidimos ficar na lanchonete do próprio museu. Resolvi enfrentar um *eisbein* que fazia parte do cardápio. Trata-se de um joelho de porco e é um dos pratos mais famoso da culinária alemã. Vem acompanhado de batatas cozidas e de chucrute. Não posso dizer que o joelho estava ruim, mas não achei a sua aparência muito simpática. Estava muito branco para o meu gosto. Precisava ser mais tostado, mas caramelizado, mas colorido. Tomei uma bela cerveja para fazer o joelho descer.

Depois, fomos até o Sony Center, prédio de escritórios, onde se encontra a sede européia da Sony. Lá tem várias salas de cinema, bares e restaurantes. Sentamos um pouco e comemos um delicioso apfelstrudel. Uns passarinhos pousavam em torno da gente e vinham comer as migalhas que sobravam.

O prédio foi um projeto do arquiteto Helmut Jahn e foi realizado em 2000. O domo de vidro é impressionante!

No próprio Sony Center, fomos visitar o Museu do Cinema e da Televisão que nos lembra todos os grandes nomes do cinema Alemão, desde o cinema mudo, passando pelo futurista “Metrópolis” (1927), de Fritz Lang, até chegar aos filmes recentes como “Corra, Lola, Corra”. Encontramos muitas roupas e objetos pessoais que pertenceram a Marlene Dietrich como sua maleta de maquiagem, seus pentes de cabelo, sua cartola e sua famosa echarpe.










A seguir, fomos conhecer a Neue Nationalgalerie, museu de arte moderna que foi inaugurado em 1968. O prédio é do arquiteto Mies Van Der Rohe, que foi diretor da famosa escola Bauhaus de 1930 a 1933. O térreo é um imenso hall de vidro coberto por teto metálico que não é sustentado por nenhuma parede!

    


Achei interessante este trabalho do Alemão Thomas Bayrle, que data de 1968 e se chama MAO. É de madeira toda recortada e pintada com tinta à óleo.


Aqui uma obra angustiante (bastante grande) intitulada O Nascimento de Hitler. É de um artista Islandês chamado ERRÓ.


Após voltar ao hotel, descansar um pouco, fomos andando até o Hackesche Höfe. Este lugar é muito charmoso. Trata-se de vários pátios e varias ruazinhas interligadas, cheias de barzinhos, de restaurantes, de teatros e casas de espetáculos. O primeiro pátio, com suas casas decoradas ao estilo Jugendstil, é muito pitoresco. É onde fomos para jantar. Alias fomos lá três ou quatro vezes durante a nossa estadia em Berlim e cada vez fomos super bem atendidos em cada restaurante que procuramos.

Aqui o maridão se decidindo! O jantar a luz de velas foi romântico. O restaurante era italiano e a comida excelente. Come se bem em qualquer lugar em Berlim. Só houve uma pequena chateação enquanto estávamos jantando. Entrou uma mulher negra, muito bonita, muito bem vestida, muito bem maquiada. Visivelmente drogada, estava surtando e começou a fazer um escândalo. Interessante foi notar como o pessoal do restaurante lidou com a situação. Em vez de usar a força e botar a moça para fora, o pessoal esperou ela se acalmar e se retirar por conta própria. Enquanto isso, fiquei tensa e nervosa, com medo de acontecer algo mais serio! Após o jantar, fomos andando a pé até o hotel. Não era perto, era de noite, mas não houve problemas. Não sentimos perigo algum. Berlim parece uma cidade bem segura.

domingo, 16 de dezembro de 2012

Quarto dia em Berlim

Aqui foto do mergulhador que limpava o aquário do hotel onde ficamos hospedados, o Radisson Blu. Ao chegar lá, pedi um quarto no primeiro andar porque tenho pavor de elevador, mas depois voltei atrás, topei sofrer um pouco para poder me deliciar com a visão. Fiquei hospedada no sexto andar, o último. Meu marido fala que eu parecia uma criança visitando pela primeira vez um zoológico. Todos os dias eu colava o nariz no vidro do elevador. Para tirar essa foto, entrei e não apertei o botão para descer. Rezei para que ninguém chamasse o elevador. Consegui tirar essa. Tentei deixar a as janelas dos quartos bem alinhadas. Foi difícil porque o mergulhador mexia muito. Vejam que o homem se segura com a ajuda de uma ventosa. Notei que a maioria dos peixes nadava em sentido horário. Somente um pequeno rechonchudo nadava em sentido contrario. Era a Jeanne do aquário!


Naquele dia, havíamos programado visitar a Hamburger Bahnhof, antiga estação de trem datando do século XIX, que ligava Berlim a Hamburgo. Foi desativada em 1884.

Parcialmente destruída na 2ª guerra mundial, o edifício foi recuperado e aberto em 1996 como Museu de Arte Contemporânea.
Podemos admirar obras de Andy Warhol, como este enorme retrato de Mao Tsé-Tung, e vários trabalhos do Roy Lichtenstein, entre outros.


Aqui uma obra do Ryan Gander (nascido em 1976). Vejam o tamanho da obra apoiada naquela placa branca e quadrada em primeiro plano. Achei divertido notar que a sala inteira foi usada para acolher algo tão pequeno. Chama-se *A obra de arte que ninguém conhece*. Gander é famoso por causa do humor empregado na apropriação dos lugares e das coisas.

Fiz um close para mostrar a perfeição do trabalho. O bonequinho tem o tamanho de um pé humano. Representa o artista, que é cadeirante, caído ao lado de uma misteriosa caixinha azul.
Aqui uma obra do Joseph Beuys datando de 1977. Chama-se *Sebo, a escultura que pediu para não ser fria*. São enormes blocos de gordura animal! Nao sei qual foi o processo utilizado para conservar aquilo. A obra nao exala cheiro algum. Existe toda uma lenda em torno de Beuys. Nascido em 1921, ele dizia ter sido piloto da Luftwaff durante a 2ª guerra mundial. Pelo que ele falava, foi derrubado e caiu na Crimeia onde teria sido recolhido por nomades tártaros que o teriam alimentado com mel, lambuzado o seu corpo de gordura de animal e enrolado em cobertores. A partir daí, ele passou a utilizar mel, gordura, terra, manteiga, sangue, madeira etc. como material para criar a sua obra.
Enquanto eu observava as banhas, havia uma voz irritante que não parava de recitar Ja Ja Ja Ja Ja, Nee Nee Nee Nee Nee. Essa é outra obra do Joseph Beuys! Esta gravação data de 1968 e dura ao todo 1 hora, 4 minutos e 53 segundos! Haja paciência!

Fiquei muito intrigada pelo estranho trabalho do fotografo Morton Bartlett (1909-1992) que de 1936 até 1963 dedicou boa parte do seu tempo livre criando e fotografando bonecos esculpidos por ele mesmo em gesso. O seu trabalho era unicamente apresentado aos seus amigos mais próximos. Foi somente após a sua morte em 1992 que a sua obra foi descoberta. Dormia embrulhada em jornais no fundo de caixas de madeira. Em 1993, a revendedora de arte e antiguidades Marion Harris descobriu as bonecas numa feira de antiguidade, junto com 200 fotos encenadas. Ela comprou toda a coleção a mais tarde publicou um catálogo. Se fosse hoje, Morton Bartlett poderia ser visto como um pedófilo. Algumas figuras desnudadas têm órgãos genitais bem definidos e foram expostas em poses sensuais.
Um pouco de humor para alegrar um dia feio. A alemanha conduzindo a França para aprender algo na escola...

Indo em direção a famosa avenida Kurfürstendamm, atravessamos o belíssimo parque Tiergarten passando pela larga rua 17 de Junho. Pedi para o taxi parar um instante ao pé do Obelisco da Vitória. Eu queria tirar foto da estatua de bronze de 5 metros representando a deusa da vitoria militar, celebrizada pelo filme AS ASAS DO DESEJO do famoso diretor alemão Wim Wenders.

Depois de ter ficado impressionados pela imensa área de alimentos (7000m²) da loja de departamento KaDeWe (durante o segundo dia da nossa viagem), decidimos voltar para almoçar lá. Foi difícil escolher, porque no meio de tantos produtos alimentícios sofisticados, há uma quantidade incrível de espaços
*gourmet*, de barzinhos oferecendo tapas espanholas, massas, frutos do mar etc. Paramos frente ao balcão onde eram oferecidas iguarias asiáticas. Comemos maravilhosos rolinhos de primavera e um divino pato laqueado. Tudo preparado na nossa frente. Para beber, pedi um chá de jasmim e o marido uma cerveja de Singapura denominada TIGER. Recomendo este lugar!






Depois disso, seguindo a dica do nosso amigo Guilherme: fomos visitar o palácio Ephraim, construção barroca situada não muito longe do nosso hotel. O palácio foi demolido e parte da fachada conseguiu ficar intacta e conservada até a sua reconstrução em 1983. É considerada a mais bela esquina da cidade. O palácio oferece uma parte da coleção do Stadtmuseum, o museu da cidade. O seu interior não é fabuloso como a sua fachada e a coleção pode ser meio tediosa para quem não conhece profundamente a cultura berlinense. Num dos andares, havia uma coleção de quadros estranhos. O palácio ia fechar, mas de repente surgiu do nada um senhor lunático e visionário que quis porque quis nos explicar em detalhe cada quadro de um ponto de vista maçônico! Queríamos ir embora, mas o senhor não queria nos soltar! Ainda bem que um guarda chegou para nos expulsar do local! De lá andamos até um bar próximo onde tomamos um drink. Continuamos passeando pelo bairro Nikolaiviertel, muito charmoso e pitoresco. Comprei uma boneca folclórica e outras lembrancinhas. Depois fomos ao nosso hotel para nos preparar para o jantar.                                                      
Terminamos o dia jantando na filial da Brasserie Dressler, desta vez naquela situada em Ku-damm. A decoração é toda ART DECO. Pedi uma bandeja de ostras!