Iniciamos o
passeio do primeiro dia visitando a Praça Sultanahmet onde era situado o hipódromo
de Constantinopla. Fui parada
por um grupo de estudantes de turismo turcos. Fizeram-me perguntas em inglês sobre o que
eu esperava da minha visita a Istambul, quais eram os lugares que eu queria
conhecer e o que eu fazia na vida. Respondi com o *meu inglês de vaca espanhola* (expressão francesa) enquanto era filmada. Não sei em
qual universidade a minha figura divertida foi parar!
Nesta praça encontra-se o Museu de Arte Turca Islâmica. Ao entrar no jardim, vimos logo de cara uma cafeteria onde eu entrei para tirar algumas fotos. O cheiro do cafe torrado era divino.
Amei a decoração e principalmente este sofá que circunda a parede assim como as mesinhas onde o garçom deposita as bandejas com chá ou café turco.
Do lado de fora, essas mesinhas de madeira e os banquinhos rústicos. Havia varias mesas ao sol ocupadas por turistas querendo aproveitar os primeiros raios solares da primavera.
Dentro do museu pudemos apreciar a bela coleção de tapetes e algumas jóias que pertenceram a uns sultões como essa peça linda.
Não sei bem para que servisse esta jóia cravada de pedras preciosas. Talvez fosse para enfiar no turbante do sultão, não sei exatamente.
A partir do museu, eu pude apreciar os minaretes da mesquita azul. Que visão espetacular!
Após visitar o museu, demos um pulo na cafeteria onde vi bocais repletos de guloseimas e prateleiras enfeitadas com objetos decorativos representando uma lua crescente deitada. Havia três deles no nosso quarto de hotel.
Foi-nos servido o nosso primeiro café turco. É bem forte e não é coado.
Depois do cafezinho, nos dirigimos até a mesquita azul. Os fieis muçulmanos entravam pela porta principal. Os turistas só podiam entrar por uma porta lateral. Uns panos eram distribuídos para cobrir os cabelos das mulheres desavisadas. Eu tinha levado um lenço preto que cobria toda a cabeça. Todo mundo tirou os sapatos e ao entrar na mesquita, pude sentir um cheiro de chulé no ar!
Os homens rezam no meio da mesquita, num espaço amplo preservado das invasões bárbaras: os turistas. Esses são mantidos atrás de um cordão de isolamento. As mulheres muçulmanas sobem até umas galerias superiores. Rezam separadas dos homens.
Na saída, avistei este vendedor ambulante. Na nossa frente, enrolou uma pasta colorida em torno de um palito, fabricando assim um doce acidulado. Provei, era gostoso.
Encontrei também este ser colorido. Representa um personagem folclórico da Turquia. É um tal de Nasreddin Hoca que viveu no século XIII. É uma figura famosa da cultura islâmica e suas proezas são celebres em dezenas de línguas. Dei uns trocados para poder tirar esta foto.
Depois disso fomos até a Ayasofya (em turco) ou basílica de Santa Sofia ou Hagia Sophia que significa Sagrada Sabedoria. Foi construída entre 532 e 537 pelo império Bizantino para ser a catedral de Constantinopla. Tornou se depois uma mesquita de 1453 até 1931. Foi transformada em museu a partir de 1935.
O seu interior é impressionante. O domo esta a uns 55,6 metros acima do chão. Nas paredes podemos observar belíssimos mosaicos representando a virgem Maria, Jesus e uns santos. O que mais me encantou foram esses lustres. São posicionados bem perto do chão, um pouco acima das cabeças dos visitantes.
Depois fomos almoçar perto da Mesquita, num restaurante que eu tinha visto no meu guia. Data de 1920, se não me engano. Serve pratos muito apreciados pela freguesia, na maioria turca. O lugar chama-se Tarihi Sultanahmet Köftecis. Comemos a especialidade da casa: Izgara Köfte. É um tipo de almôndega que é feita a base de carne de boi e de carneiro. Vem servida com uma salada de folhas, cenoura, feijão branco e pimentas suaves.
Para beber, pedi uma bebida chamada Ayran. É algo típico que eu queria muito provar. É feita a base de iogurte e é ligeiramente salgada. Gostei muito, ajuda na digestão e abranda o gosto meio rançoso do cordeiro.
De sobremesa, pedimos uns Kemalpaşa tatlisi. São uns bolinhos banhados numa calda de mel. Gostoso.
Continuamos andando. Em todos os lugares aparece a figura de Atatürk, o primeiro presidente da Republica Turca. São estatuas, cartazes e fotos dele em tudo que é de lugar. Vi até uns bustos de gesso sendo vendidos numa lojinha. Aqui uma fachada com a imagem dele pintada. O homem era bem elegante.
Depois disso fomos andando até uma loja de tapete situada num antigo caravançarai, que é o lugar onde as caravanas de vendedores paravam no passado. Fiquei um tempão negociando com um vendedor. Primeiro ele nos levou numa sala onde havia tapetes de vários estilos e proveniência. Quando ele viu que eu me interessava por Kilim feito por nômades, ele me levou numa outra sala onde só havia aquele tipo de tapete. Um senhor nos serviu chá de maçã enquanto eu fiquei barganhando.
Como o homem não quis baixar o preço como eu queria, me retirei da loja. Decidi voltar uns dois dias depois para continuar a negociação. Vejam como esta escada é charmosa.
Para terminar o passeio, fomos até o famoso Grand Bazar. Percorremos alguns corredores. Tirei fotos deste que era meio vazio. No centro do mercado era difícil andar. Tinha muitos turistas comprando doces turcos, pistaches, olhos gregos, pashminas. Eu não quis nada, não gosto quando vejo mercadorias amontoadas. Perco a vontade de comprar. O excesso não me atrai. Para dizer que não comprei nada, trouxe uma fantasia turca para a neta. Achei a visita interessante, mas não a ponto de querer passar um dia inteiro como fazem alguns turistas brasileiros – segundo o nosso guia.
Passei na
frente das vitrinas de jóias. Eu adoro anéis ou brincos de ouro, mas não senti
vontade de comprar algo e outra, preferi reservar a verba para adquirir somente tapetes.
Trouxe dois Kilim da Turquia. Como são
finos, não foi difícil trazer. Expliquei o tamanho das malas - que levei vazias
- para o vendedor. Ele dobrou tão perfeitamente os tapetes que estes preencheram
direitinho o espaço das malas.
O guia nos explicou que as mulheres turcas costumam se reunir entre elas para tomar chá e festejar qualquer evento (não convivem muito com os homens). Não lembro exatamente em qual festejo as mulheres convidadas oferecem uma peça de ouro (moeda?) para a anfitriã da festa. O guia falou, mas não anotei. Ganhar ou oferecer ouro é algo comum na Turquia.
E para terminar a visita ao Grand
Bazar, escolhi tomar algo no café Sark, situado no meio do mercado. O meu
marido me seguiu sem reclamar, topou todas as programações que escolhi. Não que ela seja de
temperamento passivo. Ele não quer se preocupar com nada e deixa tudo na minha
mão. Este lugar é considerado o café mais oriental de Istambul. As mesas são cobertas
por um pano grosso, talvez seja um tipo de tapete. Os clientes bebericam
enquanto jogam xadrez ou um tipo de gamão.
Ao sair do
mercado pegamos uma rua repleta de lojas exibindo do lado de fora um monte de luminárias
coloridas. Achei aquilo extremamente exótico. Vi engraxates com suas caixas de
cobre reluzente e gatos por toda parte. São gatos nas vitrinas, gatos nas
mesquitas, gatos que não acabam mais. Depois de um descanso no hotel, saímos
para jantar no restaurante Hanedan que serve peixes e frutos do mar. Apesar do
frio, comemos no terraço para apreciar a lua cheia prateando as águas do Bósforo.
Os lamentos do muezzin de uma mesquita vizinha se misturaram com a musica
Disco tocando numa pista de dança da redondeza.
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