quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Penúltimo e setimo dia em Berlim

Naquele dia eu ia me reencontrar com meu amigo Guilherme que mora em Amsterdam. Devia fazer uns dois anos que eu não o encontrava pessoalmente. Marcamos de nos ver as 10:30 embaixo do nosso hotel. Guilherme apareceu e foi logo nos envolvendo com a sua fala doce e o seu papo maravilhoso. Ficamos sentados no hall tomando uma bebida e botando a conversa em dia. De lá fomos para o Deutsches Historisches Museum. O museu histórico alemão é dedicado à preservação da história da Alemanha. Foi ampliado em 2004 com um projeto do arquiteto norte americano, de origem chinesa, I. M. Pei, aquele responsável pela pirâmide do Louvre em Paris.


Uma grande exposição aborda todas as épocas e todos os grandes acontecimentos do país. O museu ocupa o antigo arsenal que data do século XVIII. É o mais velho edifício da avenida Unter den Linden e é considerado uma das mais belas obras barrocas de Berlim. Ao atravessar o pátio coberto pela cúpula de vidro do I.M. Pei, pude notar o quanto o espaço faz ecoar as nossas vozes. É muito interessante observar o casamento perfeito entre o moderno e o antigo. Ao redor do pátio, podemos observar vinte e quatro rostos de guerreiros moribundos. É um detalhe sinistro que não podemos deixar de apreciar.





Passamos a tarde toda andando lentamente pelo museu, prestando atenção em tudo. Podemos admirar peças de arte, armaduras, armas e objetos utilitários. Fiquei pasma ao descobrir que já existia maquinas de pinball no século XVIII!



Gostei de aprender que este modelo de carro, produzido em 1899, chamava se *doktorwagen* que quer dizer carro de doutor. Permitia que o medico chegasse mais depressa até o leito dos pacientes.



Achei interessante a ilustração deste livro. Mostra o que acontecia com os órgãos vitais quando o espartilho era muito apertado! Ufa! Que sorte eu tive por ter nascido no século XX! Não teria tolerado ficar presa naquela armadura! Sofro de claustrofobia. Vou já já ascender uma vela para Santa Coco Chanel que libertou as mulheres desta gaiola torácica!



Fizemos uma pequena refeição na charmosa cafeteria do museu. Adorei a cadeira com encosto protetor parecido com o dos carrinhos de bebê. Comemos bem na Alemanha. Em qualquer lugar podemos encontrar comida bem preparada, gostosa, fresquinha. Tudo é de primeira qualidade. A comida deles não possui muitas esquisitices. Eu como de tudo, nunca tenho problemas em relação à comida, mas sei o quanto outras pessoas não se adaptam com os temperos ou ingredientes diferentes. Na Alemanha, qualquer um estará satisfeito...



Ao sair do museu, pudemos apreciar o casamento perfeito entre o passado e o presente criado pelo genial arquiteto. Fomos andando até a Unter den Linden onde encontramos, por acaso, os queridos amigos Rosalice, José e Sonia. Eles também estavam cansados devido ao calor que invadiu a cidade.



Ao sair do museu, percorremos a avenida Unter Den Linden até chegar ao Brandenburg. Eu queria muito ver o interior de um banco que se encontra na Parise Platz entre o portão e o hotel Adlon. O meu guia wallpaper dizia que a sua fachada é sem graça, mas que o seu interior parece como o ventre de uma baleia. É obra do arquiteto Frank Gehry e data de 1999. Não é interessante? Vejam que embaixo da placa de vidro, tem um espaço com mesas e cadeiras...



Paramos no terraço do hotel Adlon para tomar uma cerveja refrescante. Fazia um calor dos infernos e vimos, frente a nos, uma moça passando mal, sangrando pelo nariz. Eu evitei me mexer muito, para não aumentar a temperatura. Sentei na sombra de uma cadeira interessante. Vejam o porta-copo de madeira (antes da mesa). Tinha até um apoio para os pés e uma aba regulável, que sobe e desce, para proteger contra os raios solares. Um charme! Pedimos uma Berliner Weisse que consumimos *mit schüss*, quer dizer com um dedo de xarope de cereja para Guilherme e uma dedo de xarope de menta para mim. Tirei esta foto a partir da cadeira onde sentei.



De noite fomos assistir a um espetáculo na pequena casa de show chamada CHAMÄLEON. O show em questão intitula-se LEO. Eu tinha visto um vídeo pela Internet e achei super interessante. Fiquei intrigada com o que vi: nele, um homem efetuava movimentos que desafiam as leis da gravidade. Parecia flutuar no ar, pedalar no vazio. Eu precisava ver aquilo ao vivo, queria entender qual era o truque por trás disso. O tal LEO chegou ao palco, deitou se no chão e começou a se mexer. Era filmado e a sua imagem era projetada num telão, só que na posição vertical. Então alguns movimentos, que não seriam possíveis se ele estivesse em pé, pareciam mágicos e surreais. A preparação do artista é impressionante. Ele cria o seu próprio cenário com a ajuda de um giz, toca saxofone, se mexe para lá e para cá o tempo todo. Tudo é bem orquestrado, os movimentos do LEO se encaixam direitinho com alguns truques de palco e com efeitos visuais, com alguns desenhos animados projetados no telão onde ele aparece. MARAVILHOSO.                                           


Depois do espetáculo a fome apertou. A casa de show encontra se atrás do Hackescher Markt, portanto fomos andando na enfileirada de pátios (hackeshe höfe) situados nesta região. Entrei num beco escuro cujas paredes pichadas formam um corredor quase sem iluminação. Chegando ao final dele, deparei-me com um boteco freqüentado por figuras meio punk. Um cheiro de maconha flutuava no ar. Era o único meio barra pesada, se bem que não senti perigo algum. Continuamos andando até reencontrar o primeiro pátio, o mais belo de todos, onde uns três restaurantes oferecem umas comidas bem legais. Fomos atendidos por uma moça Iraniana que cresceu na Alemanha. Acabamos papeando. Ela diz que queria passar algumas férias no Irã e que ficou indignada quando foi até a embaixada Iraniana pedir um visto, ou algo assim. O funcionário mandou ela voltar com a autorização de algum parente masculino (pai, irmão)! (Aqui foto de um dos pátios pelo qual passamos até chegar no principal).
                                                                                              

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Ùltimo e oitavo dia em Berlim

De manha eu quis dar um pulo na catedral de Berlim (Berliner Dom) para rezar e ascender velas. Íamos nos retirar quando notei uma senhora asiática vestindo uma roupa vermelha meio pomposa para a hora do dia. O vestido era comprido e tinha apliques de renda preta. Como sou curiosa,  a segui e vi que ela foi andando até um corredor onde pessoas jovens esperavam em fila indiana. As moças vestiam o mesmo vestido vermelho rendado. Perguntei à senhora do que se tratava. Respondeu-me que o coro da Universidade das Filipinas ia se apresentar. Convidei o marido e Guilherme para voltar, sentar e escutar. Logo depois os cantores saíram do esconderijo e foram andando a passos ligeiros e com as costas retas. Moveram-se com delicadeza até se posicionar frente ao altar onde iniciaram os cantos. A senhora, meio gorduchinha, comandava o coro com energéticos movimentos dos braços.  Senti-me abençoada por viver um momento assim. Tinham vozes divinas que me fizeram chorar copiosamente. Choro facilmente, principalmente quando me deparo com cantos religiosos num lugar sagrado... Depois da apresentação, fui parabenizar os cantores. Tirei foto dessa moça, vejam como é delicada! Uma princesa!

Depois fomos andando até a Ilha dos museus para visitar o Neues Museum onde são expostas as coleções sobre o Antigo Egito. Encontramos sarcófagos, mascaras para cobrir o rosto das múmias e objetos de uso diário reencontrados nos túmulos. Tirei foto dessas figuras de barro. Vejam como são parecidas com as famílias de retirantes fabricadas pelo Mestre Vitalino de Caruaru (PE). Nada se cria, tudo se copia.


Por mais incrível que pareça, esta molheira ultramoderna, de prata banhada a ouro, foi fabricada três séculos antes do Cristo. É uma replica da molheira do tesouro de Priamo. Tanto Guilherme como eu caímos de amor e já estávamos imaginando servir um molho bearnês para futuros convidados. Fomos até a loja do museu para saber se havia alguma para comprar. Um modelo estava à venda, mas era muito maior do que a peça exposta no museu e era de cerâmica. Enfim, desistimos de comprar.



A estrela da exposição é sem duvida a rainha NEFERTITI. O seu busto de calcário, que tem em torno de 3400 anos, mostra o quanto são delicados os traços desta mulher que virou ícone de beleza. A escultura foi descoberta em 1912 por arqueólogos alemães. Foi exposta em vários outros lugares: no castelo de Charlottenburg e no Altes Museum, por exemplo. A peça fica numa sala reservada somente para ela. Foi colocada numa base alta que deixa o seu rosto na altura elevada de uma pessoa com grande porte. A sala é escura e uma preciosa luminosidade acaricia unicamente o rosto e os ombros da bela mulher. Não era permitido tirar foto então me contentei com a reprodução caolha vendida na loja do museu.


Aqui uma pequena refeição feita na cafeteria do museu. Bolinhos de carne de cordeiro, cuscuz, um molho a base de curry e cebolinhas confeitadas.


Saímos do museu. Aqui o meu marido pousando diante de uma casa que acreditávamos ser a residência da chanceler  Ângela Merkel. Descobri que a dica não era a boa. O prédio da primeira ministra fica um pouquinho mais a frente, exatamente onde vi alguns policiais vigiando a entrada de um prédio menos ostentativo. 








Fomos até o famoso museu PERGAMON onde vi instalações impressionantes como o Altar de Pérgamo, magnífica construção dedicada a Zeus. Foi construída dois séculos antes do Cristo na cidade grega de Pérgamo (situada na atual Turquia). O altar estava bem deteriorado. Escavado no final do século XIX, foi enviado para a Alemanha onde foi reconstruído. 


Aqui a maravilhosa porta de Ishtar, oitavo portal da cidade mesopotâmica da Babilônia. Foi erguida seis séculos antes do Cristo por ordem do rei Nabucodonosor II. Decorada com azulejos azuis, possui faixas de baixo relevo representando uns dragões. A reconstrução da Porta de Ishtar foi feita utilizando o material escavado e fico pronto em 1930. Possui 14 metros de altura e 30 metros de comprimento. Partes do portal encontram-se espalhados por diversos museus ao redor do mundo. Apenas dois museus adquiriram dragões enquanto leões estão em alguns poucos museus. Vi uns leões, dragões e bois no Museu Arqueológico de Istambul quando visitei a cidade em Abril de 2012.



Esta é a peça que eu queria muito ver. Rodei um pouco dentro do museu até achar a salinha escura onde se encontra. Precisei ter muita paciência para esperar os visitantes se retirarem. Esperei um bocado até ficar sozinha na sala e poder tirar a foto tentando alinhar duas quinas da vitrina em uma só. Este chapéu é de fato o revestimento exterior de uma peça que devia ser de material orgânico. O chapéu que se encontra em Berlim é o mais bem conservado entre os quatro outros achados na Europa central. Todos foram encontrados nos séculos XIX e XX. Acredita se que este era utilizado por um sacerdote durante o culto ao sol. Parece também que tinha funções astronômicas ou era um calendário. Um estudo da técnica empregada sugere que foi feita entre 1000 e 800 anos antes do Cristo.

Fomos parar na Alexanderplatz para tomar uma cerveja. O meu marido queria muito conhecer o lugar. Ele gostou de um filme, dirigido pelo Raineer Werner Fassbinder, que tem esta praça como cenário. É fã também do filme Identidade Bourne. Parece que é no segundo episódio, em Supremacia Bourne, que algumas cenas foram filmadas neste espaço. Curtição de cinéfilo!



Terminamos o dia no restaurante VAU. Era o nosso jantar de despedida. Guilherme usou um blazer maravilhoso. Aquele colete que parece estar vestindo por debaixo é somente um detalhe do próprio blazer! E a gravata? É pintada no tecido da camisa. Muito estiloso mesmo! Na mesa ao lado havia uma senhora usando uma roupa com estampado exagerado e uma maquiagem teatral. Jantou sozinha. Pediu entrada + prato principal + sobremesa + vinho. Guilherme suspeitou que fosse uma cantora lírica ou uma atriz de teatro jantando após uma apresentação.

domingo, 23 de setembro de 2012

Primeiro dia em Istambul ...



Iniciamos o passeio do primeiro dia visitando a Praça Sultanahmet onde era situado o hipódromo de Constantinopla. Fui parada por um grupo de estudantes de turismo turcos. Fizeram-me perguntas em inglês sobre o que eu esperava da minha visita a Istambul, quais eram os lugares que eu queria conhecer e o que eu fazia na vida. Respondi com o *meu inglês de vaca espanhola* (expressão francesa) enquanto era filmada. Não sei em qual universidade a minha figura divertida foi parar!



Nesta praça encontra-se o Museu de Arte Turca Islâmica. Ao entrar no jardim, vimos logo de cara uma cafeteria onde eu entrei para tirar algumas fotos. O cheiro do cafe torrado era divino. 


Amei a decoração e principalmente este sofá que circunda a parede assim como as mesinhas onde o garçom deposita as bandejas com chá ou café turco.


Do lado de fora, essas mesinhas de madeira e os banquinhos rústicos. Havia varias mesas ao sol ocupadas por turistas querendo aproveitar os primeiros raios solares da primavera.


Dentro do museu pudemos apreciar a bela coleção de tapetes e algumas jóias que pertenceram a uns sultões como essa peça linda.


Não sei bem para que servisse esta jóia cravada de pedras preciosas. Talvez fosse para enfiar no turbante do sultão, não sei exatamente.


A partir do museu, eu pude apreciar os minaretes da mesquita azul. Que visão espetacular!


Após visitar o museu, demos um pulo na cafeteria onde vi bocais repletos de guloseimas e prateleiras enfeitadas com objetos decorativos representando uma lua crescente deitada. Havia três deles no nosso quarto de hotel.


Foi-nos servido o nosso primeiro café turco. É bem forte e não é coado.


Depois do cafezinho, nos dirigimos até a mesquita azul. Os fieis muçulmanos entravam pela porta principal. Os turistas só podiam entrar por uma porta lateral. Uns panos eram distribuídos para cobrir os cabelos das mulheres desavisadas. Eu tinha levado um lenço preto que cobria toda a cabeça. Todo mundo tirou os sapatos e ao entrar na mesquita, pude sentir um cheiro de chulé no ar!



Os raios de sol, filtrados pelos vitrais, banham o lugar com uma luz suave. Os tapetes amortecem qualquer barulho, portanto uma doce magia emana daquele espaço.


Os homens rezam no meio da mesquita, num espaço amplo preservado das invasões bárbaras: os turistas. Esses são mantidos atrás de um cordão de isolamento. As mulheres muçulmanas sobem até umas galerias superiores. Rezam separadas dos homens.


Na saída, avistei este vendedor ambulante. Na nossa frente, enrolou uma pasta colorida em torno de um palito, fabricando assim um doce acidulado. Provei, era gostoso.


Encontrei também este ser colorido. Representa um personagem folclórico da Turquia. É um tal de Nasreddin Hoca que viveu no século XIII. É uma figura famosa da cultura islâmica e suas proezas são celebres em dezenas de línguas. Dei uns trocados para poder tirar esta foto.



Depois disso fomos até a Ayasofya (em turco) ou basílica de Santa Sofia ou Hagia Sophia que significa Sagrada Sabedoria. Foi construída entre 532 e 537 pelo império Bizantino para ser a catedral de Constantinopla. Tornou se depois uma mesquita de 1453 até 1931. Foi transformada em museu a partir de 1935.


O seu interior é impressionante. O domo esta a uns 55,6 metros acima do chão. Nas paredes podemos observar belíssimos mosaicos representando a virgem Maria, Jesus e uns santos. O que mais me encantou foram esses lustres. São posicionados bem perto do chão, um pouco acima das cabeças dos visitantes.


Depois fomos almoçar perto da Mesquita, num restaurante que eu tinha visto no meu guia. Data de 1920, se não me engano. Serve pratos muito apreciados pela freguesia, na maioria turca. O lugar chama-se Tarihi Sultanahmet Köftecis. Comemos a especialidade da casa: Izgara Köfte. É um tipo de almôndega que é feita a base de carne de boi e de carneiro. Vem servida com uma salada de folhas, cenoura, feijão branco e pimentas suaves. 







 

Para beber, pedi uma bebida chamada Ayran. É algo típico que eu queria muito provar. É feita a base de iogurte e é ligeiramente salgada. Gostei muito, ajuda na digestão e abranda o gosto meio rançoso do cordeiro.



De sobremesa, pedimos uns Kemalpaşa tatlisi. São uns bolinhos banhados numa calda de mel. Gostoso.

Depois de sair do restaurante, passamos diante de uma loja de tapete. Entrei para tirar fotos desta moça tecendo fios de seda. Os vendedores, todos homens, são falantes. Agora as tecelãs permanecem mudas. Mal olham para a gente.


Continuamos andando. Em todos os lugares aparece a figura de Atatürk, o primeiro presidente da Republica Turca. São estatuas, cartazes e fotos dele em tudo que é de lugar. Vi até uns bustos de gesso sendo vendidos numa lojinha. Aqui uma fachada com a imagem dele pintada. O homem era bem elegante.


Depois disso fomos andando até uma loja de tapete situada num antigo caravançarai, que é o lugar onde as caravanas de vendedores paravam no passado. Fiquei um tempão negociando com um vendedor. Primeiro ele nos levou numa sala onde havia tapetes de vários estilos e proveniência. Quando ele viu que eu me interessava por Kilim feito por nômades, ele me levou numa outra sala onde só havia aquele tipo de tapete. Um senhor nos serviu chá de maçã enquanto eu fiquei barganhando.


Como o homem não quis baixar o preço como eu queria, me retirei da loja. Decidi voltar uns dois dias depois para continuar a negociação. Vejam como esta escada é charmosa.


Para terminar o passeio, fomos até o famoso Grand Bazar. Percorremos alguns corredores. Tirei fotos deste que era meio vazio. No centro do mercado era difícil andar. Tinha muitos turistas comprando doces turcos, pistaches, olhos gregos, pashminas. Eu não quis nada, não gosto quando vejo mercadorias amontoadas. Perco a vontade de comprar. O excesso não me atrai. Para dizer que não comprei nada, trouxe uma fantasia turca para a neta. Achei a visita interessante, mas não a ponto de querer passar um dia inteiro como fazem alguns turistas brasileiros – segundo o nosso guia.



Passei na frente das vitrinas de jóias. Eu adoro anéis ou brincos de ouro, mas não senti vontade de comprar algo e outra, preferi reservar a verba para adquirir somente tapetes. Trouxe dois Kilim da Turquia.  Como são finos, não foi difícil trazer. Expliquei o tamanho das malas - que levei vazias - para o vendedor. Ele dobrou tão perfeitamente os tapetes que estes preencheram direitinho o espaço das malas.



O guia nos explicou que as mulheres turcas costumam se reunir entre elas para tomar chá e festejar qualquer evento (não convivem muito com os homens). Não lembro exatamente em qual festejo as mulheres convidadas oferecem uma peça de ouro (moeda?) para a anfitriã da festa. O guia falou, mas não anotei. Ganhar ou oferecer ouro é algo comum na Turquia.





E para terminar a visita ao Grand Bazar, escolhi tomar algo no café Sark, situado no meio do mercado. O meu marido me seguiu sem reclamar, topou todas as programações que escolhi. Não que ela seja de temperamento passivo. Ele não quer se preocupar com nada e deixa tudo na minha mão. Este lugar é considerado o café mais oriental de Istambul. As mesas são cobertas por um pano grosso, talvez seja um tipo de tapete. Os clientes bebericam enquanto jogam xadrez ou um tipo de gamão.





Ao sair do mercado pegamos uma rua repleta de lojas exibindo do lado de fora um monte de luminárias coloridas. Achei aquilo extremamente exótico. Vi engraxates com suas caixas de cobre reluzente e gatos por toda parte. São gatos nas vitrinas, gatos nas mesquitas, gatos que não acabam mais. Depois de um descanso no hotel, saímos para jantar no restaurante Hanedan que serve peixes e frutos do mar. Apesar do frio, comemos no terraço para apreciar a lua cheia prateando as águas do Bósforo. Os lamentos do muezzin de uma mesquita vizinha se misturaram com a musica Disco tocando numa pista de dança da redondeza.