Vamos
continuar o passeio? Na manha do terceiro dia, fui checar os meus e-mails no
business center do meu hotel. Ao meu lado havia dois velhos espanhóis tentando entrar na internet. Não entendiam de tecnologia, então os ajudei um pouquinho.
Ficaram parados diante da tabela de preços de uns apartamentos à venda. Não falo
castelhano, mas entendi tudo que diziam. Os velhos faziam uns cálculos, convertiam
os euros em pesetas, para ter uma idéia do valor. Após sair e andar um pouco pelas
ruas, descubri esta porta de garagem deliciosamente kitsch representando a
Torre de Ouro da cidade. Continuamos passeando, observando, admirando, contemplando. Tudo era tão colorido e alegre.
Fomos
visitar a catedral. Tirei poucas fotos porque o seu interior não recebia luz
suficiente. Posso
dizer que fiquei realmente impressionada pelo seu tamanho. É a terceira maior
catedral católica do mundo. Símbolo dos monumentos erguidos a gloria da
reconquista cristão, foi construída no século XV no lugar onde havia a antiga
grande mesquita. Abriga tesouros resplandecentes, mas principalmente o gigantesco
túmulo de Cristóvão Colombo. Ao sair da
catedral, fiquei um tempo parada apreciando a visão dos cavalos enfileirados
esperando levar alguns turistas para passear nas suas carruagens abertas. O cheiro acre do cocô de cavalo impregnou as nossas narinas. Esse é sem dúvida
outro odor característico do centro assim como som do trote dos animais é um dos
barulhos mais típico do lugar.
Fomos até o
topo da famosa torre chamada Giralda de onde tirei foto de uma das gárgulas da
catedral. Adoro essas figuras medonhas que cospem as águas de chuva. Antigo
minarete da grande mesquita, a torre foi convertida em campanário da catedral na época da
reconquista. Como é a construção mais alta, podemos apreciar uma vista espetacular
sobre a cidade. Não existem degraus já que a acesso até o topo é feito de
rampas sobre as quais o muezzin subia em cima de um jumento.
Ao sair da catedral, passamos pelo Pátio de Los Naranjos. Não há nada mais delicioso do que o farfalhar das numerosas arvores de Sevilha. Tentei pegar algumas laranjas, mas sendo baixa, não consegui alcançá-las. O meu marido não quis me ajudar porque, como ele diz, detesta “dar uma de brasileiro”. Pois é, virei brasileira e ele se transformou num francês chato. Mas como ja falei em outro post, eu soube depois que são extremamente amargas. Exportadas para a Inglaterra, são transformadas em geléia.
Perambulamos pelas ruelas estreitas e pitorescas.
Como a fome
apertou, paramos num bar de tapas chamado Las Teresas. Como a placa indica, data de 1870.
Servem embutidos da região de Salamanca e varios tipos de presuntos defumados. Cartazes de touradas enfeitam as suas paredes. Dentro do bar, os clientes conversavam animadamente. Falavam alto, com vozes roucas e de um jeito meio rispido. É a maneira como o pessoal se comunica de modo geral.
Sentamos numa mesa do lado de fora. Comemos este delicioso chorizo e uns filés de sardinha marinada. Tudo isso foi acompanhado de uma bela cerveja.
Não muito longe da gente, outra santa na fachada colorida nos protegia.
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