terça-feira, 17 de julho de 2012

Terceiro dia em Istambul...

Naquele dia, estava programado visitar a Chora Kariye (construída em 413 DC) considerada uma das mais belas igrejas bizantinas. No século XVI, a igreja foi convertida em uma mesquita pelo Império Otomano e tornou-se um museu em 1948. 



A Chora Kariye foi renovada  e reconstruída no final do século 11, novos mosaicos foram adicionados em 1320. E finalmente entre 1948 e 1959 a decoração foi cuidadosamente restaurada. O interior da construção é coberto por belíssimos mosaicos dourados e delicados afrescos.
Como fazia muito frio e que chovia, fomos nos dirigindo até um barzinho situado ao lado da mesquita. Eu tinha lido que nos dias com baixa temperatura, os turcos bebiam algo chamado SAHLEP. Eu decidi provar, já que o nome aparecia no cardápio. É uma bebida feita a base de leite e de BULBO DE ORQUÍDEA! É doce e contem canela. Eu adorei! É muito gostoso!
 




No caminho de volta, pedi para o motorista passar ao longo das muralhas de Teodósio II, ou pelo menos no que sobrou. Foram construídas entre os anos 412 e 422. Mesmo sendo ruínas, é impressionante ver aquilo. O comprimento total era de 22 quilômetros!  Protegeu a cidade durante 1000 anos. Resistiu aos ataques feitos por hunos, árabes, búlgaros, russos, e finalmente sucumbiu aos otomanos em 1453.


Quando organizei a viagem, eu tinha planejado dar um pulinho no restaurante RAMI. Este restaurante está situado numa casa de madeira. É uma construção otomana antiga, não muito longe da Mesquita Azul. Entre os seus clientes: o ator americano James Spader e o cantor francês Gilbert Bécaud.
Aqui a salinha do térreo, onde almoçamos.
Aqui, uma salinha no primeiro andar. Amei os detalhes das cortinas, o cuco na parede, a cristaleira e o encosto das cadeiras. Estávamos numa Istambul do século XIX.
Adorei a decoração bem romântica. Os quadros nas paredes foram pintados por um antepassado do dono do restaurante.
Aqui o segundo e último andar. Muito charmoso!
Vejam como este cordeiro está apetitoso!

Eu pedi brochetes de cordeiro. Eram deliciosas. Adorei tudo que comi na Turquia, me dei bem com a culinária deles que é muito saudável. Muitos iogurtes, carnes magras, pouca frituras, muitas entradas frias a base de tomates, alcachofras, berinjelas, azeitonas. Uma dieta mediterrânea. Somente as sobremesas deles são exóticas.

Esse foi o prato do nosso guia que veio embrulhado numa massa. Não lembro o que pedi, só sei que ela adorou o que comeu.
 






Fomos visitar mais outra mesquita situada no bairro Sultanahmet. Ela é pequena e muito charmosa. É situada numa rua bem tranqüila. O nome dela é Küçük Ayasofya que quer dizer Pequena Santa Sofia. Ela pertenceu à congregação cristã ortodoxa do oriente, na então Constantinopla, sendo convertida em mesquita durante o império otomano. A pequena Santa Sofia foi construída um pouco antes da igreja de Santa Sofia - Ayasofya (527 a 536 DC) e serviu de modelo para a construção da mesma.
Não havia visitantes, a não ser nos dois. Aparceu depois um casal com uma criança danada que não parava de correr dentro do espaço sagrado. Os detalhes da mesquita são bem mimosos.
Depois fomos indo em direção das famosas cisternas Yerebatan.
Adorei essas casas coloridas que ficam nos arredores...
Vejam este delicado detalhe acima de uma porta...
Quais são os sonhos das pessoas que vivem atrás desta porta?
Um detalhe kitsch e exótico visto numa àrvore. Umas lanternas, algumas velas e varias maçãs de plástico penduradas!
Fomos visitar a fabulosa cisterna Yerebatan que foi construída no século VI, usando 336 colunas romanas procedentes de templos da Anatólia. Este lugar é realmente impressionante!













Eu li que já serviu de cenário para um dos filmes de James Bond. Vimos a coluna das lágrimas e as cabeças de medusas...
Eu quis conhecer a estação de trem de Istambul onde o famoso Oriente Express parava. Eu tinha lido que havia um pequeno museu que possui objetos que eram usados a bordo do famoso trem. Como em quase todos os lugares de Istambul, havia na plataforma um busto de Atatürk!
Infelizmente o museu estava fechado naquele dia, mas mesmo assim, fiquei encantada ao ver a *salle des pas perdus* onde a Agatha Christie pisou, entre outras celebridades...







Depois da estação onde parava o Oriente Express, dirigimos-nos até o PERA PALACE, famoso hotel construído em 1892 para receber os viajantes do famoso trem. Agatha Christie se hospedava ali. Eu tinha lido que nos seus salões era oferecido um chá das cinco muito reputado. Realmente, tudo era de primeira qualidade. Havia doces Franceses, Ingleses e Turcos. Dei uma espiada no famoso ORIENT BAR que fica ao lado do salão de chá. Fiquei emocionada ao lembrar que nele desfilaram Greta Garbo, Mata Hari, Sarah Bernhardt, Josephine Baker, Ernest Hemingway, Zsa-Zsa Gabor...
Vejam como é o lindo elevador do Pera Palace. É o primeiro elevador da Turquia. Foi instalado no hotel em 1892, três anos depois do elevador da Torre Eiffel!















De noite fomos jantar no restaurante TUGRA que fica no palácio Çiragan. O lugar é sofisticado e tem uma decoração suave. Subimos as suntuosas escadarias com balaustradas de cristal!















Percorremos varias amplas salas com incríveis pisos de mármore. Não vimos ninguém passeando pelos corredores. Todo esse luxo parecia exposto somente para nos dois!















Fiquei feliz por estar jantando com o marido num lugar tão distinto e com vista para o Bósforo...















Os pratos vieram cobertos por uma tampa de metal com um estilo bem oriental... De entrada pedimos mezzes - que adoro. Como prato principal, eu pedi algo tradicional na culinária da Anatólia: um TESTI KEBAB. É um ensopado de carne de cordeiro e legumes cozido de um jeito bem diferente...







                  




O garçom quebrou, com a ajuda de um pedaço de madeira, um pote de barro que continha a minha comida!











Aqui o conteúdo dentro do meu prato! A comida estava deliciosa! (Não reparem na sombra da minha mão tirando foto!)










O chefe circulou pelas mesas e veio conversar com a gente. Fiquei tão curiosa com a preparação do prato que ele me convidou para assistir como era feito quando eu tiver terminado o meu jantar. Foi o que fiz antes de voltar para o meu quarto: dirigi-me até as impecáveis cozinhas. Aqui a explicação passo a passo: primeiro, os potes de barro são pré-esquentados...












Ao lado, havia a panela onde o cozido era refogado...









Depois de pronto, o chefe colocou o cozido dentro dos potes com a ajuda de uma colher...
















Ele lacrou os potes com uma massa feita à base de farinha...

















Depois disso, os potes vão ao forno e a seguir são quebrados no prato do freguês...
















Na entrada do restaurante havia essa moça cantando melodias tradicionais. Ela tocava um instrumento típico do oriente médio chamado Kanun. O dia foi perfeito!


2 comentários:

  1. chantal
    acabei de "conhecer" a turquia...amei!!!
    tuas descrições são minimamente detalhistas.uma maravilha...
    bjs
    ah, vou escrever e dizer qdo mandarei as borboletas e o valor.

    ResponderExcluir
  2. Margareth
    Fico contente! Adoro saber que os meus leitores estão viajando comigo! Beijos

    ResponderExcluir